sábado, 20 de agosto de 2011

Materia Hipertexto - Arte na Rua

Este blog tem como foco principal a divulgação de nosso TCC, mas hoje vou abordar outra forma de arte: a pintura em quadros. E o mais interessante é que existe uma grande semelhança com os monumentos: as feiras onde estas pinturas são expostas também são ao ar livre.

O mais interessante é que, assim como os monumentos, os quadros expostos por muitos artistas plásticos (mesmo que seus nomes sejam desconhecidos) também podem ser vistos durante uma simples caminhada pelas ruas de Santos.


Na matéria abaixo, que fiz para o projeto Hipertexto, quando ainda estava na universidade, meu objetivo foi mostrar se eles sobrevivem desta atividade; se apenas dela conseguem tirar seu sustento. Diante dos vários exemplos, não há dúvidas de que são pessoas apaixonadas por esta atividade.

Espero que gostem!

Rua é lugar de arte em Santos


Por Lissandra Bernardo Martinho

Usando cores vibrantes e mostrando paisagens bem próximas da realidade, os artistas conseguem vender suas obras em duas feiras: a FeirArte, que funciona no Boqueirão, na Aparecida e na Zona Noroeste, e no Jardim das Artes, na praça em frente ao Aquário Municipal. Nesta última, todos os expositores são artistas plásticos.

Vender quadros na rua deixa a arte mais próxima das pessoas, mas mesmo com esse incentivo é possível viver apenas dela? No caso da pintora Maria Inês Veríssimo, a resposta é sim. “Eu sobrevivo com o dinheiro da venda dos quadros”, revela. Ela e o marido pintam há quase 30 anos. “Meu marido teve outro emprego, mas gosta mesmo é de pintar”. Os dois já fizeram exposição na Galeria Santista, uma das mais tradicionais da Cidade, mas Maria Inês afirma que os dois ganham mais vendendo na rua.

E se engana quem pensa que eles só vendem em épocas de turismo intenso. “O número de vendas é o mesmo durante todo o ano”, garante a pintora santista. Apesar de o Jardim das Artes ficar próximo a um importante ponto turístico, o Aquário, isso não garante maiores vendas. “O movimento é grande. Muita gente olha no caminho, mas nem sempre volta para comprar”, afirma Maria Inês.

Já Lourdes Marques Ferreira admite que sobrevive com a aposentadoria do marido. “A arte ajuda bastante para complementar a renda, mas não é o suficiente”. Lourdes fez vários cursos de pintura e vê na arte uma paixão. “Nós enfrentamos dificuldades para transportar o quadro até a feira. Além disso, tem a chuva, que atrapalha bastante”. Os filhos de Lourdes ajudam a levar os quadros para a feira. “Deixo tudo protegido para qualquer imprevisto, mas às vezes é uma correria”.

O casal Waldenize Silva Fernandez e Requeredo Fernandez dos Santos acha importante ver arte em locais públicos. “Não temos o hábito de freqüentar galerias, até porque há muitas tarefas no dia-a-dia. Ver tanta beleza exposta nas ruas é muito bom para a arte”.

Sem expansão

A Secretaria de Cultura (Secult) é responsável pelo Jardim das Artes. Segundo a assessora de assuntos ligados a museus e galerias, Solange da Costa, o artista interessado deve fazer uma inscrição para preencher uma das 40 vagas disponíveis. “Mesmo na rua, as feiras não têm espaço para se expandir”. Algumas exigências são obrigatórias. Por exemplo, o interessado deve morar em Santos.

Pela FeirArte, o órgão responsável é a Seção de Fiscalização de Eventos e Feiras Comerciais, departamento ligado à Secretaria de Finanças (Sefin). De acordo com o chefe de Fiscalização de Feiras e Eventos Comerciais, Floriano Gonzalez Júnior, uma lei regulariza as atividades no setor. “O artista deve pagar uma espécie de aluguel de solo a cada dois meses para ganhar uma licença”. Não é estipulado prazo para que o comércio continue a funcionar. “A falta de pagamento e o desinteresse pelo negócio é uma das principais causas de desistência”.

Gonzalez explica que, em breve, o Decreto-Lei municipal 3032, de 1997, que regula a atividade, sofrerá mudanças. “A idéia é que eles paguem a mesma taxa, mas de forma trimestral, como incentivo para o vendedor continuar na feira”. Hoje, a FeirArte tem 230 expositores que, além de quadros, vendem bijuterias, roupas, artigos de decoração. Para se ter uma idéia, a FeirArte do Boqueirão, por exemplo, já chegou a 4mil visitantes em um único dia.

Serviço - A FeirArte funciona todos os finais de semana; aos sábados ela fica na Avenida Conselheiro Nébias, na praia do Boqueirão, das 14 às 23 horas; na Praça Caio de Morais e Silva, na Aparecida, no horário das 14 às 22 horas e na Zona Noroeste, aos domingos, das 13 às 19 horas, na área do Jardim Botânico Chico Mendes.
O Jardim das Artes funciona todo o domingo das 14 às 20 horas, em frente ao Aquário Municipal, à Rua Francisco La Scala, na Ponta da Praia. Durante a semana, alguns pintores expõe no Bulevar à Rua Othon Feliciano, no Bairro do Gonzaga.

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